Projecto de inclusão social através das linguagens artísticas. Directa e indirectamente, lida com cerca de quatro dezenas de participantes com idades compreendidas entre os 20 e os 50 anos oriundos de Angola, Marrocos, Portugal e Brasil, de entre outras proveniências geográficas. Trabalho com um grupo de pessoas que deambula pela cidade durante o dia e que, à noite, se recolhe no Albergue Noturno de São Bento. No início, a proposta consistiu na criação de um estúdio fotográfico desenvolvido pelo fotógrafo Luís Pavão e numa galeria fotográfica itinerante. Os participantes acabaram por integrar o Festival, colaborando na realização de exposição fotográfica, mas também em tarefas de produção, etc. Em Fevereiro de 2014, o Margens ganhou forma e assumiu-se também como projecto-satélite do Festival TODOS. Durante quatro meses, em vários ateliês realizados a partir da Casa dos Mundos (Rua Nova da Piedade, 66, São Bento – Lisboa), preparou-se o terreno para a experiência de criação através de um programa de formação intensivo em áreas tão diversas como o teatro, a dança, a música, o cinema, a escrita e a Língua Portuguesa. Numa 2ª fase, começou-se a trabalhar as competências específicas de cada um dos homens integrantes deste projecto. Descobrem-se hipóteses de reciclar materiais diversos de forma a produzir objectos de qualidade estética e funcional para serem vendidos ao público antes do Festival e durante o Festival: tapetes de tamanhos, feitios e padrões diversos, feitos com rolhas de cortiça; papel e envelopes reciclados a partir de papel de desperdício que se transformam em cartas de amor; chapéus de fino papel que são também candeeiros, abajures... Na 6.ª edição do Festival TODOS (2014), o Margens desaguou em propostas artísticas diversas, entrando na sua última etapa. Além de criar para o Festival estes objectos para venda ao público, o grupo apresenta uma instalação ao ar livre – A Sala, realizada com o cenógrafo João Calixto. O Margens apresentou ainda, no Festival, a performance SILOS DE CARROS E ESTRADAS GIRATÓRIAS, uma instalação performativa de Vânia Rovisco e Projecto Margens – que nos coloca na situação de sermos como notas dissonantes, em que as camadas / efeitos de acontecimentos vários se começam a fundir num som inteiro; a narrativa dissipa-se num efeito acumulativo, como um silo de carros cheios de acções.